Pedro Teixeira

Marcelo Moscheta

Cantanhede, Portugal

40°20'55" leste e 8°35'28" sul.

Escultura em praça pública de Portugal, que celebra o "conquistador da Amazônia".

Publicado em
05/09/2022

Atualizado em
05/09/2022

Escultura de grandes proporções executada em bronze por Celestino Alves André, em 1993, por encomenda da Câmara Municipal de Cantanhede, Portugal. Em sua base lê-se:

“Conquistador da Amazónia.

‘Os meus conterrâneos do Concelho podem com justo orgulho considerar este homem como um epônimo de Cantanhede’

Jaime Cortesão”

Nascido em Cantanhede por volta de 1585, Pedro Teixeira foi em 1607 para o Brasil, onde viria a distinguir-se na expulsão dos franceses do Maranhão e no comando dos portugueses contra as tentativas de ocupação holandesa e inglesa. Ao subir o rio Amazonas desde a foz até Quito, contribuiu decisivamente para consolidar a posse da Coroa Portuguesa sobre a região, e para a definição do atual território brasileiro.

Segundo a Direção Geral de Cultura do Centro de Portugal, “A estátua representa Pedro Teixeira, numa postura heróica, segurando na mão esquerda um bússola e uma ‘carta geográfica’, enquanto o braço direito se encontra levantado apontando uma direcção, como se estivesse a indicar ‘o caminho a tomar’”.

Em Cantanhede, a instalação da escultura se soma às iniciativas de incentivo ao turismo cultural atrelado ao lastro histórico de seus ilustres personagens. Em Portugal – como no Brasil, com Anhanguera, Borba Gato e quetais – parecem ainda seguir em curso iniciativas de valorização de figuras coloniais, sem uma devida reflexão crítica sobre suas éticas e práticas. 

Dos feitos de Pedro Teixeira como conquistador/desbravador/descobridor, o então senador brasileiro Aloizio Mercadante disse o seguinte em 2009:  “Todos reconhecemos que foi essa expedição que trouxe a Amazônia para o território brasileiro e, no atual momento de afirmação do Brasil no cenário internacional, é significativo haver uma revisão da história para reconhecer a imensa contribuição dos portugueses ao que somos como nação, como país e como povo”.

O tema é controverso. Mas o alcance simbólico da estátua que serve (não só) ao turismo cultural local é prova de que a “revisão da história”, lá e cá, deveria acontecer de forma continuada e cada vez mais crítica. De fato, um outro caminho a tomar.

Estátua Pedro Teixeira (1)

Estátua Pedro Teixeira (1)

Estátua Pedro Teixeira (2)

Estátua Pedro Teixeira (2)

Base da estátua (3)

Base da estátua (3)