Constelação Independente

Atlas do Chão

200 pontos que evocam e problematizam o processo de independência do Brasil e seus desdobramentos contemporâneos. 200 pontos fincados no mapa, que configuram múltiplos nexos de sentido, não por alinhamentos cronológicos, mas por associações e montagens no tempo e no espaço. 200 pontos escavados na matéria das (im)permanências e (in)dependências que as histórias escrevem e as geografias desenham.

Publicado em
26/08/2022

Atualizado em
14/07/2023

Antes que celebrar o bicentenário da Independência do Brasil (1822-2022) através da reiteração de mitos e monumentos emblemáticos, trata-se de mapear pontos em diferentes temporalidades e contextos geopolíticos e socioculturais que, postos em relação, possam contribuir para a desconstrução e reconstrução de narrativas, e para alimentar as discussões atuais sobre colonialismo, pós-colonialismo e neocolonialismo.

Revisitar criticamente marcos fundadores da história oficial da nação que permanecem de algum modo inscritos no chão, contribuindo assim para tensionar a unidade do espaço territorial herdado do período colonial e apoiar a construção/reconstrução/regeneração/ampliação de territórios, comunidades simbióticas e relações de afinidade e solidariedade.

Desvelar formas contemporâneas de dependência e de devastação gestadas e geridas por composições econômicas e tecnológicas, culturais e políticas. Mas também dar vez e voz a agenciamentos de resistência que, a partir desse chão, indicam alternativas. Fomentar a reflexão crítica sobre seus movimentos e contra-movimentos de captura e emancipação, em processos inconclusos e em constante atualização na ordem global.

Um mapeamento alinhado com perspectivas decoloniais que lutam pela reparação histórica de povos silenciados e forçados ao desterramento e à dispersão.

Comprometido ética e politicamente com a crise sócio-ambiental, arquitetônica-urbana e política-econômica que atravessamos e com a problematização de processos de colonização, modernização, urbanização, territorialização e desterritorialização profundamente enraizados no que hoje chamamos de Brasil.

Uma constelação de 200 pontos que, conectados, perfazem um e muitos chãos:

“A maior ponte do mundo”

A praça (do poeta) dos escravos

A rua com nome de homem

Acampamento Leonir Orback

Acre

Açude de Cocorobó

Aldeia Vertical

Aldeias Pataxó em Caraíva

Angra 3

Aqui (não) é Portugal

Árvore do Retorno

Asfalto

Atenas

Avenida Rio das Pedras

Baobá Maria Gorda

Barra do Cahy

Barragem da Samarco

Base de Alcântara

Belém-Brasília

Belo Monte

Biblioteca Nacional

Bibliotèque Nationale de France

Biopirataria da Amazônia

Borba Gato

Bracuhy: Quilombo e Aldeia

Brasília

Cafua das Mercês

Cais do Valongo

Caminho da Bahia

Caminho grande

Capela da Casa Grande

Capim colonião

Capivaras da Pampulha

Carajás

Cartório de Registro de Imóveis

Casa Bandeirante do Butantã

Casa da Arquitectura

Casa de Chico Mendes

Cauê Andrade

Centro Geodésico do Brasil

Chiquitos

Cidadela

Com o ar pesado demais para respirar

Conde Pereira Marinho

Constelações

Constelações do universo Magüta

Coração de D. Pedro

Cripta de Cabral

Cripta Imperial

Cristo Redentor

Cristóvão Colombo

Cuauhtémoc

D. João do Porto

D. João do Rio

Dourados

Dragão do Mar

Elesbão do Carmo

Elevador Lacerda

Estátua do Infante D. Henrique

Estrada Colonial do Planalto Central

Estrada Real

Extração

Farrapos

Feitoria da Mina

Ferrovia do Diabo

Fortaleza da Ilha do Mel

Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção

Ganvie

Geoglifos amazônicos

Global Crossing

Goa

Gondwana

Grito do Ipiranga

GRU

Haximu

Igreja dos Homens Pretos

Ilê Axé Opô Afonjá

Ilha de Itaparica

Ilha de Moçambique

Ilha dos Lençois

Imigrantes

Infinity Tower

Incra

Jacareacanga

Jaqueira

“Jaraguá é Guarani”

Jongo da Serrinha

Kew Gardens

Ladeira da Misericórdia

Ladeira da Praça

Lagos, um cemitério

Liberdade

Lloyds Banking Group

Macau

Mal de Ford

Manto Imperial

Manto Tupinambá

Marajó

Marco do Jauru

Matopiba

Mazagão

Medicilândia

Memória da Terra

Mercado de Lagos

Mina de Nióbio

Mineração Taboca

Moçâmedes

Monções: espaço em branco

Monumento ao Pavilhão Nacional

Monumento às Bandeiras

Morro da Favela

Morro da Garça

Museu do Tesouro Real

Museu Nacional

Museu Republicano

Muvuca

Negro Cosme

Nicteroy

Nonoai: marco da luta indígena

Nuvem Precipitada

O último homem

Oficina Lítica

Omo Ilê Agboulá

Onde o rio corre reto

O Povo Sem Medo

Padre Antônio Vieira

Palácio-Convento de Mafra

Palma Mater

Pandora Papers

Panteão dos Inconfidentes

Pátio Malzoni, Jardim do Éden

Pau Brasil

Pavilhão Carlos Lopes

PCC

Peabiru

Pedra do Reino

Pedra do Sal

Pedro Teixeira

Pelourinho

Pequena África

Pico da Bandeira

Pico da Neblina, Montanha do Vento

Piratininga

Ponta de Humaitá

Ponto de não retorno

Porta do Não Retorno

Porta do Nunca Mais

Posto de Gasolina Maciambú

Potosí é aqui

Praça da Sé

Praça Tiradentes

Praia do Futuro

Pré-sal

Primeira Cruz

Projeto Jari

Quilombo dos Palmares

Raso da Catarina

Reencontro com a terra Marajoara

Refinaria de Paulínia

Relógio de Sol

Renca

Restaurante Calabouço

Reencontro com a terra Marajoara

Retomada da Terra Tupinambá

Roundup Glifosato

Rua da Praia

Rua das Juntas Provisórias

Samba de Pareia

Sambaqui da Capelinha

Sangue Yanomami

São Gabriel da Cachoeira

São João Marcos

São Tomé e Príncipe

Sapezal: espaço do branco

Serra do Curral

Serra Pelada

Serro a Céu Aberto

Sobre a necessidade de lembrar aqui

Sol Nascente

Starlink

Teatro Oficina Uzyna Uzona

Terra Preta de Índio

Terra Prometida

Terra roxa

Terras Salgadas de Tiradentes

Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho

Terreiro do Bate Folha

Terreiro do Paço

Traíras

Transamazônica

Tratado de Tordesilhas

Trombas e Formoso

Um caso de gravidade

Uruçumirim

Usina de Itaipu

Usina Teles Pires

Velho Chico

Vila Autódromo

Xingu

Ymé Îandê Jara Suí Yby… îandê Yby

Zona Franca de Manaus

 

Com textos de

Ailton Krenak, Ana Beatriz Queiroz, Ana Carolina de Paula Bezerra, Ana Clara Mesquita, Ana Luiza Nobre, Anita Ekman, Alexandre Silveira, Beatriz Campagnolo, Beatriz Gonçalves, Beatriz Tone, Beethoven Alvarez, Cândido Domingues, Carlos M. Teixeira, Carolina Pifano, Carolina Sacconi, Casé Angatu, Célia Tupinambá, Clara de Freitas, Clara Ianni, Coletivo Rio Tupinambá Karioka, Cristiana Lyrio Ximenes, Daniel Lavinas, David dos Santos da Conceição, David Sperling, Diego Inglez de Souza, Eleonora Aronis, Erica Lopo de Araújo, Erico Melo, Francisco dos Santos Ekman Simões, Frank I. Müeller, Gabriel Feltran, Gabriel T. Ramos, Giovanni Bussaglia, Guilherme Giufrida, Guilherme Wisnik, Heitor Martins Guimarães, Heloisa Gesteira, Joana Martins, João José Reis, João Masao Kamita, Julia França de Melo, Júlia Frenk, Julián Fuks, Juliana Alcântara, Laura Pappalardo, Ligia Nobre, Lisette Lagnado, Lucas Pereira Bosco, Luciano Bernardino da Costa, Maria Thereza Alves, Mariana Dourado, Mariza Bezerra, Marcelo Moscheta, Marcelo Motta, Maria Manuel Oliveira, Maria de Fátima Bento Ribeiro, Mariane Cardoso, Marina Gil, Moreno Pacheco, Paola Dargoni, Paulo Tavares, Philippe Braga, Piero Leirner, Priscila Faulhaber, Roberto Conduru, Ruy Sardinha Lopes, Silvana Andrade dos Santos, Thais Barcellos, Victor Vaccari Machado, Victoria Nassif, Wellington Cançado, Wilmar D’Angelis

 

Agradecimentos

Anai Graciela, Artur Melo, Carla Juaçaba, Felipe Azevedo e Souza, Gisele Girardi, Hebe Mattos, José Miguel Wisnik, Laura Kemmer, Marisa Furtado, Martha Abreu, Milton Guran, Pedro Lobão, Ricardo Saint Clair Matos, Tuca Vieira, Yuri Firmeza